AS URNAS ELETRÔNICAS SÃO SEGURAS

As urnas eletrônicas são seguras.

– Maggioni, invadiram a NASA.

Ocorre que não é possível invadir o sistema de uma urna, pois ele não é interligado a outros. A urna é um sistema que se encerra em si. Não há como invadir pela internet, pois não está conectada às redes. Simples assim.

Em cada eleição, as urnas são carregadas e lacradas. E lá vão elas recolher os votos. Para cada seção há uma carga específica.

No dia da eleição, ao início, é impresso, em cada urna, o comprovante de que todos os candidatos estão ali e de que não há nenhum voto computado. Ao final da eleição, é impresso, em cada urna, o respectivo resultado. A transmissão é mera formalidade para agilizar a contagem. Não há como adulterar a transmissão, pois já se sabe o resultado de cada urna individual.

– Maggioni, mas se o voto do João for programado em favor do Roberto?

– Pois! No dia da eleição, algumas urnas são sorteadas e substituídas por reservas. A urna sorteada é auditada pelos partidos que, durante o dia todo, ficam votando e, ao término, o resultado confere com a votação feita. Esta é a fiscalização. Tão simples quanto o fato da Terra ser redonda e não plana.

– Maggioni, mas por que não imprimir o voto para conferência?

– Conhecem o voto de cabresto?

É um mecanismo de compra de votos. O Pedro dá R$ 500,00 ao João para que ele consiga cinco votos. Mas se o voto é secreto, como o Pedro larápio saberá dos cinco votos do João? Na votação, sem impressão, é difícil saber: a não ser que, na urna em que João vota, não haja votos para Pedro. Aí ficará escancarado que o larápio foi ludibriado por outro. Na votação impressa, será mais fácil o controle do cabresto.

– Eu te dou R$ 500,00 e você me consegue cinco votos, mas também vota no candidato José.

Depois da eleição, Pedro pede a recontagem impressa. Se não houver cinco votos, na mesma cédula, em Pedro e em José na urna de João, significa que a compra de votos não surtiu efeito. Sem a impressão, não há como saber em quais candidatos um único eleitor votou. A impressão torna mais fácil o controle do cabresto.

Cá entre nós, não necessitamos de cabresto!

 

Por Dr. Mário Romano Maggioni, Juiz da Infância e da Juventude, da Segunda Vara Cível e atualmente Juiz Eleitoral da Comarca de Farroupilha no Rio Grande do Sul