Homenagem ao Pai
“Das muitas coisas do meu tempo de criança, guardo vivo na lembrança, o aconchego do meu lar. No fim da tarde…”. (Pe Zezinho)
Essas recordações fazem o coração bater mais forte. E como não recordar, se é tão bom?! Família é sempre uma benção!

Estava pensando no meu pai, que era um homem simples, mas de uma grande sabedoria. Imagina uma família de 12 filhos, era sempre a maior festa. Ainda mais uma família de descendentes de italianos, todos falando alto. É algo para dar saudade mesmo! É claro que eu sinto saudade do meu pai. Hoje ele não está mais conosco, já cumpriu a sua missão, mas sei que lá onde ele está, junto de Deus, deve ter orgulho da família que formou.
Deixou marcas profundas em nós. São muitas as lembranças! Até as surras deixaram saudades. Como esquecer aquela brincadeira que eu mais gostava: “Brincar de serra serrador.” Ah, isso é uma delícia! Essa brincadeira era feita no colo do pai e você imagina como era: um sobe e desce de crianças, uma vez de cada um. Eu adorava. Haja paciência! Mas não era uma simples brincadeira, era um momento cheio de afeto, de carinho e de atenção. Brincar de cavalinho?! Quem nunca brincou nos ombros do pai? Pensando hoje, até parece que não fica bem para um pai correndo, pulando, rindo com o filho nos ombros, feito um moleque, mas, tudo isso era muito divertido, por isso que sempre lembro da música do Padre Zezinho: “e que o homem carregue nos ombros a graça de um pai. “Foi nesse colo e nesses ombros que eu aprendi as lições da vida.
Recordo-me também que foi ele quem me ensinou a jogar truco, que foi o único jogo que eu aprendi com ele, já que não era dado ao jogo. Porém, era um grande palmeirense, e não podia negar fogo! Neto de italiano só podia ser palmeirense!
Como esquecer as orações em família! Meu pai era um ótimo rezador de terço. Toda vizinhança chamava-o para puxar o terço, é claro, ele era treinado de tanto rezar com a nossa família. E as missas? Que recordação bonita! Meu pai no altar ajudando o padre, e eu, muitas vezes, deitado no tapete do altar, era o lugar mais gostoso da igreja, mesmo que depois recebesse uns puxões de orelha, mas era bom hein!
Sempre acho que meu pai gostava muito de dois lugares: A igreja e a casa. Ele sempre ia à igreja, e olha que ajudava em tudo que precisava! Ele também era caseiro, sempre presente na família! Hoje, tenho certeza de que aprendi muito com ele. Devo-lhe muito daquilo que sou. Ele era um homem honesto, respeitador e que me ensinou a honestidade e o respeito por todos.
Ah, como ele gostava de ajudar as pessoas! Até parece que meu pai sabia fazer de tudo: podava a parreira para um, amolava a tesoura para outro, emprestava o serrote, o traçador e assim ia. Até injeções na vizinhança ele aplicava. O meu pai é uma pessoa inesquecível! Como eu o amava e ainda amo!
Você pode até estar se perguntando: “Mas por que o bispo está se lembrando de todas essas coisas do pai?” É porque eu acho que a maior homenagem que podemos fazer ao nosso pai é recordar as coisas boas, carregadas de afeto, de carinho, de amor… e isso eu tenho e muito!
E você, quais são as recordações que tem do seu pai? Que homenagem você faria para ele? Escreva uma homenagem, publique-a em sua rede social, tenho certeza de que seu pai vai gostar de ler o que escreveu expressando seu carinho e amor por ele.
Peço a Deus que abençoe todos os pais de nossa Diocese, e que lhes deem sabedoria para conduzir sua família, e que os fortaleça na fé, nesse momento difícil em que estamos passando, pois o Pai de todos, Deus, olha por eles e por nós, seus filhos, lá do céu.
Parabéns, Papais ! Vocês merecem todo o nosso carinho. Deus os abençoe!
Dom João Aparecido Bergamasco SAC.
Bispo de Corumbá MS