Tráfico Humano: um atestado de selvageria e desumanidade

A vida humana não se negocia: ou se defende ou se negligencia!

A realidade do trafico de pessoas, delata, que somos seres altamente perigosos, ou seja, somos capazes de vender nossos iguais, só por obter vantagens financeiras, e somos ainda muito piores, quando os compramos para nosso bel prazer. Em pleno Século XXI, a humanidade ter que celebrar um dia de combate à venda de pessoas é uma experiência no mínimo de selvageria.

O Brasil é um país, que se auto  proclama o mais cristão de entre todos os outros, de cada três palavras, que um brasileiro diz, uma tem a ver com espiritualidade, nossas esquinas estão cheias de Igrejas e nossas praças povoadas de pregadores e devotos, e mesmo assim amargamos a triste ferida de estarmos entre os maiores traficantes de pessoas do mundo.

A vulgaridade como hoje se trata a pessoa pobre no Brasil, a proliferação espaços religiosos, a banalização da política e das governanças de estados, aliados a uma cegueira intelectual, gera atitudes desumanizantes, que ainda penalizam os mais desvalidos, tendo que carregarem a culpa de terem nascido pobres e nas periferias.

O combate ao Tráfico de Pessoas hoje, nos reimprime como nação a marca da vergonha de sermos algozes da dignidade dos nossos co-nacionais. Quando fechamos os olhos, ou no calamos diante de atitudes tão ignominiosas com são aquelas do Tráfico de Pessoas, abuso de menores e trabalho escravo, corroboramos um documento social, que nos atesta como seres humanos selvagens.

Um país cristão e com um moralismo tão exacerbado como é o Brasil não deveria precisar combater um projeto tão desumano e tão cruel como o é o Tráfico de Pessoas, porque pela sua natureza de defensor da família e da moral, esses problemas não deveriam ocorrer, mas o que a gente vê são vistas grossas ao problema e o deboche para com as vítimas.

Lamentavelmente vivemos um descalabro humano de desternura para com a vida. As pessoas constituídas em dignidade para protegerem os cidadãos, são em muitas situações os protagonistas do desrespeito à dignidade da pessoa, negando-lhes proteção e justiça, expondo-as em ridículo com discursos dissimulados e irônicos, como vemos todos os dias circularem na mídia. A vida do pobre e a história do povo virou chacota na boca de governantes e de líderes espirituais.

Para a Igreja, combater o Tráfico Humano é mais que uma obrigação, é um dever moral e profético. Se calarmos diante de uma tragédia humana como está, que é a comercialização principalmente de mulheres e crianças, deixaremos de ser a Igreja dos Seguidores de Jesus Cristo e nos tornaremos címbalos que bradam sem nada dizerem.

A vida humana não se negocia: ou se defende ou se negligencia.

Neste dia 30 ainda somos infelizmente obrigados a combatermos sem medo e sem trégua essa maldição chamada TRÁFICO HUMANO.