Qual o tamanho da dor de uma família proibida de enterrar seu ente querido????

Quando alguém que amamos morre, dizer adeus pela última vez significa muito. Mas o coronavírus roubou a chance dessa família de se despedir.

Em tempo de isolamento, suspeitas e muito sofrimento, Batayporã e o Mato Grosso do Sul tiveram a primeira e irreparável perda, a senhora Eleuzi Nascimento, que faleceu em consequência do coronavírus. E interpretando a dor, que vive uma família, que perde um ente querido sem poder dar seu último adeus, Renata Falcão Domingos Lorencao, membro da Paróquia Santo Antônio de Pádua, Batayporã, radiografa em um pensamento o que uma morte pode fazer nas pessoas que ficam por aqui.

 E se fosse com você???

Qual o tamanho da dor de uma família proibida de enterrar seu ente querido????
Nunca saberemos até quando isso acontecer na nossa.
Essa dor dilacera o coração. Por isso, devemos ter cuidado com nossas palavras, julgamentos e até mesmo ofensas.
Quando alguém que amamos morre, dizer adeus pela última vez significa muito.
Mas o Coronavirus roubou a chance dessa família de se despedir.
Esse vírus vem tirando a dignidade dos mortos e intensificando a tristeza dos vivos.
Essa pandemia está matando duas vezes. Primeiro isola a família e não permite que ninguém se aproxime.
Ela morreu em isolamento hospitalar, sem família ou amigos. As visitas são proibidas, porque o risco de contágio é muito alto.
A família não pôde nem ver o corpo pela última vez, tampouco, dar o último adeus. Não pôde velar ou ir ao enterro, tudo para evitar a propagação do vírus.
Ninguém sairá o mesmo dessa quarentena. Sepultados os mortos, espero que voltemos mais humanos e menos egocêntricos, que tenhamos aprendido a valorizar as pessoas que realmente se preocupam conosco e estão ao nosso lado nos momentos difíceis de nossas vidas. Que voltemos renascidos.
E embora todos rezem, por isso, ninguém sabe exatamente quando tudo ficará bem novamente.
Por isso não sejamos intolerantes, preconceituosos e indiferentes ao sofrimento dessa família.
É nossa obrigação colaborarmos; mesmo que seja em oração para diminuir essa aflição. Não podemos esquecer que podia ser com nossa família e que nesse caso, gostaríamos de receber toda ajuda que pudesse ser concedida.
Portanto, termino com uma pergunta. Por favor, reflita.
E se fosse com você???