27º GRITO DOS EXCLUÍDOS E DAS EXCLUÍDAS: continua a marcha para a Terra prometida.
“Eu vi, eu vi a aflição de meu povo que está no Egito, e ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, eu conheço seus sofrimentos. E desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir do Egito para uma terra fértil e espaçosa, uma terra que mana leite e mel” (Ex 3,7-8).
Esses dois versículos da Bíblia iluminam muito bem, o que é o Grito dos Excluídos e das Excluídas, que desde 1994 leva às ruas as dores e os sofrimentos de milhões de Mulheres, Homens, Crianças, Jovens e Idosos, que são deixados à margem do desenvolvimento social, do mundo do trabalho e de uma sociedade, que deve ser mais justa e igualitária.
São 27 anos que no dia 7 de setembro, a Igreja juntamente com os Movimentos e Forças Sociais saem às ruas do Brasil para fazerem ecoar o Grito de Irmãs e Irmãos fragilizados, muitos famintos e sem um lugar digno para viver. Em 2021, no 27º na voz rouca das ruas, um grito, ameaçado de ser abafado ainda antes de começar, se fez ecoar em alto e bom som clamando por participação popular, saúde, educação de qualidade, comida, moradia, trabalho e renda, já!
O grito dos Excluídos e das Excluídas, clama por justiça social e convivência fraterna e não por violência; grita por solidariedade em lugar da exclusão; luta por respeito às Instituições Democráticas e a convivência pacifica entre os Poderes que governam a Nação, porque entende que somente assim o Povo poderá soberanamente conquistar dignidade, fraternidade e bem-estar social.
O 27º Grito levou para as ruas, a dura realidade da pandemia, e nos trajetos, fez memória aos 584.108 mortos até o dia 07/09 vítima da COVID 19, e homenageou as Heroínas e Heróis do País, as trabalhadoras e os trabalhadores da saúde, e definitivamente colocou o Serviço Único de Saúde – SUS no pedestal que deve estar, no topo dos sistemas prestadores de serviço ao Povo.
A Terra prometida pode estar distante, mas a coragem e o sonho de libertação são substratos, que alimentam e fortalecem as agruras desta marcha, e a Juventude é prova desta grande esperança, haja visto, o grande número de Jovens, que caminhavam e cantavam pelas ruas de todo o Brasil, por onde passaram e continuam a passar os pés simples e humildes da maioria dos brasileiros, que faz de nosso País, um gigante, que sabe que os seus filhos não fogem à luta.
Entre o medo e o desencanto, a fé venceu e os grandes centros, por onde circulam o capital, que como o dragão do Apocalipse tenta engolir a vida da gente, a solidariedade gerou a esperança, os egoísmos religiosos, ideológicos e discriminatórios deram lugar a um caminhar juntos na certeza que “irá chegar um novo Céu, uma nova Terra e um novo Mar”, onde a liberdade será a única voz a ecoar.
27 anos de Gritos, 27 anos de luta, 27 anos de esperança! E a marcha há de continuar até à tomada de posse da Terra prometida, na qual todos, de todas as raças serão um só Povo e uma só Nação, a Geração das Filhas e Filhos de Deus, que não têm medo do Faraó.