DNJ – Juventude Construindo uma Cultura de Paz

A paz não se constrói com guerras ou atitudes violentas sejam elas de que ordem forem. Não existe paz, quando essa é fruto de violências físicas ou psicológicas.

O Dia Nacional da Juventude, o DNJ como é mais conhecido entre as Juventudes, é um dia de encontro, reflexão e celebração. Neste dia, os rótulos, as tribos, os grupos, embora mantendo as suas identidades, se desfazem e se tornam uma grande multidão de pessoas, que alimentam em si o grande sonho de um dia viver de verdade a tão desejada CIVILIZAÇÃO DO AMOR. E Civilização do Amor não é um reduto de quem já atingiu a glória ou de quem vive num estado angelical. A verdadeira Civilização do Amor é o lugar onde se encontram as pessoas proativas, batalhadoras, fraternas, éticas e solidárias.

O Papa Francisco, lançou no mês de março deste ano, um livro com o título: DEUS É JOVEM, e ali, Francisco diz que “Deus é Aquele que sempre renova, porque Ele é sempre novo: Deus é jovem!” Daí podemos entender, porque a construção da Civilização do Amor passa pelas mãos ágeis e criativas da juventude. O DNJ ao longo da sua história é um divisor de águas na formação das juventudes, sempre é celebrado com muito entusiasmo, lá nas Dioceses e Paróquias, que têm a Juventude como prioridade. A cada ano os temas se voltam para uma real urgência da sociedade, que afeta principalmente os jovens. O tema do DNJ deste ano é “Juventude Construindo uma Cultura de Paz”. Em tempos de tantos desencontros e ameaças, esse tema vem como uma experiência de mobilização das pessoas, para que retornem para um caminho de luta, onde se pode conviver com o diferente e com o plural.

As juventudes mais que ninguém podem ajudar a Igreja e a Sociedade a experimentarem como faz bem o respeito pela diversidade e pelos direitos do outro. Os jovens quando não contaminados pelas ideologias e as falsas doutrinas sabem muito bem, que “os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição” (Declaração das Nações Unidas), e que por isso mesmo precisam ser vividos como fundamentos de toda a existência humana, quando coloca acima de quaisquer valores,  a VIDA HUMANA, desde a sua concepção até o seu fim natural. E a luz mais nítida para iluminar os juízos de valor dos direitos da pessoa, é o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja, que superam toda ideologia e interesses pessoais e corporativos.

A paz não se constrói com guerras ou atitudes violentas sejam elas de que ordem forem. Não existe paz, quando essa é fruto de violências físicas ou psicológicas. O DNJ de 2018, tem uma grande missão, porque acontece entre dois momentos muito tensos, o primeiro e o segundo turnos das eleições majoritárias, e neste ano, com matizes muito singulares, porque se polarizam não entre dois programas de qualidade, mas entre duas forças, que querem o poder a qualquer preço, mesmo que isso signifique, criar boatos para denegrir quem está dum lado ou quem está do outro.

O DNJ deve trazer para o centro das discussões e das ações, os jovens como agentes essenciais para a construção da paz, para que eles, em sua grande dinamicidade, se tornem protagonistas de um novo jeito de convivência: de unidade na diversidade, de equidade na partilha, de ética na moralidade e divindade na religião. Como construtores da paz “os jovens têm que sair e se fazer valer, sair a lutar pelos seus valores” (Papa Francisco). Os jovens não são passivos, são uma parcela muito ativa em todos os âmbitos da sociedade e da Igreja. Não os envolver nos grandes projetos de evangelização e redenção. É subestimá-los ignorando a sua grande força de persuasão e convencimento, e ao mesmo tempo perder uma enorme oportunidade de mobilização para o Reino.

Que esse DNJ reascenda na memória das juventudes aquele apelo, que o Papa Francisco fez na JMJ história de 2013, realizada aqui em nossa Pátria: “O coração de vocês, coração jovem, quer construir um mundo melhor. Acompanho as notícias do mundo e vejo que muitos jovens, em tantas partes do mundo, saíram pelas estradas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Os jovens nas estradas; são jovens que querem ser protagonistas da mudança. Por favor, não deixem para outros o ser protagonista da mudança! Vocês são aqueles que tem o futuro! Vocês… Através de vocês, entra o futuro no mundo. Também a vocês, eu peço para serem protagonistas desta mudança. Continuem a vencer a apatia, dando uma resposta cristã às inquietações sociais e políticas que estão surgindo em várias partes do mundo. Peço-lhes para serem construtores do mundo, trabalharem por um mundo melhor. Queridos jovens, por favor, não olhem da sacada a vida, entrem nela. Jesus não ficou na sacada, mergulhou… Não olhem da sacada a vida, mergulhem nela, como fez Jesus.”.

FELIZ DNJ A TODOS!