DIOCESE DE TRÊS LAGOAS RUMO À ASSEMBLEIA ECLESIAL DA AMÉRICA LATINA

“Todos Somos Discípulos Missionários em Saída. Todos Somos Discípulas Missionárias em Saída”.

Os bispos da América Latina, representados pelo CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho) perguntaram ao Papa Francisco se já não estaria na hora de realizar uma sexta conferência episcopal para o Continente. Lembrando, que o CELAM nasceu na primeira conferência, que foi realizada no Rio de Janeiro em 1955. Treze anos depois, 1968 em Medellín, México se realizou a segunda conferência, que deu o aspecto pastoral fundacional para a nossa Igreja na América Latina. O  fio condutor desta conferência foi  a libertação como resposta à realidade de uma situação opressora instalada em toda a América Latina, que gerou uma violência institucionalizada. Passados 11 anos, novamente no México, desta vez em Puebla, o Episcopado Latino-Americano se reúne para a terceira conferência, buscando a comunhão e a participação em vista da libertação, e nesta, colocou-se a evangelização na América Latina sob o signo da dignidade humana fundamental, onde os Bispos fizeram uma clara opção preferencial pelos pobres e pela juventude, na América naquele momento se vivia sob uma cruel ditadura militar.

Passados mais 13 anos, já com muitos países vivendo uma frágil democracia, novamente os Bispos de reúnem, e desta vez nas Ilhas Dominicanas para a quarta conferência, a de Santo Domingos, que trouxe à tona a grande necessidade de uma evangelização mais inculturada, ou seja, deu-se um passo decisivo rumo à inculturação, a um evangelho inculturado. Em  nossas Igrejas, o anúncio da Boa Nova começa a levar mais em conta, o chão onde o Povo pisa, com uma linguagem mais ao alcance de todos. E aí passados, 15 anos, acontece em 2007 na Cidade de Aparecida, a quinta e atual conferência, que teve como relator, o Cardeal Argentino, Jorge Mario Bergoglio, eleito Papa com o nome de Francisco, 6 anos depois. A atual conferência, faz uma atualização das quatro anteriores.

Aparecida faz um forte apelo, para que abramos os olhos para uma realidade que tanto Medellín como Puebla gritaram muito alto, a opção preferencial pelos pobres, não uma doce opção como muitos querem fazer parecer, mas um olhar para quem não tem TETO, não tem TERRA e não tem TRABALHO, em outras palavras, para quem passa fome e dorme ao relento. Somente partindo de quem mais precisa, a Igreja pode de verdade se proclamar um espaço de comunhão e participação que se manifesta numa evangelização inculturada na dor e na luta daqueles mais vulneráveis, realizando uma profunda conversão pastoral, que nos torna verdadeiros discípulos missionários de Jesus.

Após este texto comprido, você deve estar perguntando e daí? Cadê a resposta do Papa? A resposta do Papa, é a Assembleia Latino Americana. Ele disse aos bispos, que a gente viveu muito pouco de Aparecida, então o ideal não seria uma sexta conferência, mas uma assembleia, que avaliasse toda essa caminhada. Uma  assembleia que ESCUTASSE os de dentro e os de fora da Igreja, que não se contentasse com as elites, ou seja aqueles que sempre estão na Igreja, mas permitisse e respeitasse a fala principalmente de quem nunca teve chance de falar. E que eles possam dizer o que mais dói neles e o que mais lhes traz esperança em relação à Igreja. E que esse processo fosse feito em forma de CONSULTA à moda das primeiras comunidades cristãs, totalmente SINODAL.

Toda essa introdução para dizer, que a Diocese de Três Lagoas já está mobilizada. Em menos de um mês criou todas as condições para desencadear um grande processo de escuta, que ao mesmo tempo não deixa de ser uma revisão de si mesma, Porque só podemos falar de América Latina a partir de nossas experiências como crentes latino-americanos. Para este processo, em Três Lagoas foi criada uma Comissão Representativa, que está atuando como suporte para que as  Paróquia e as Comunidades possam participar ativamente deste momento grandioso e histórico, em que se consegue quase tocar com os dedos, a presença atuante do Espírito Santo. A partir de encontros de aprofundamento do material enviado pelo CELAM, a Comissão adaptou os questionários/itinerários, o tutorial e a metodologia a uma linguagem totalmente inculturada à realidade daquela Igreja local, facilitando assim a todos, mesmo a quem não acessa qualquer mídia, possam participar ativo e efetivamente desta Grande Assembleia, que quer ao estilo de Francisco, ouvir a todos, e permitir que a voz de todos cheguem a todo o continente, que estará representado por aqueles que   entre os dias 22 e 27 de novembro de 2021, estarão de forma presencial no santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, no México e   simultaneamente virtual em todos os demais países.

É um árduo percurso? Sim o é.  Mas a satisfação em poder participar de algo tão grandioso compensa imensamente, porque arde o coração, inunda alma e impulsiona a ir com a disposição de um verdadeiro discípulo missionário, como diz o lema da Assembleia: “Todos Somos Discípulos Missionários em Saída. Todos Somos Discípulas Missionárias em Saída”.

E se houver fidelidade em todo esse trabalho, certamente será respondida a grande pergunta da Assembleia: “Quais são os novos desafios para a Igreja na América Latina e no Caribe, à luz da V Conferência Geral de Aparecida, dos sinais dos tempos e do Magistério do Papa Francisco, para a Assembleia e a caminho do centenário da aparição de Nossa Senhora de Guadalupe a São Juan Diego, que será celebrado em 2031 e do jubileu  dos três mil anos do nascimento de Jesus Cristo em 2033?

Como Participar?

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