A dor que nunca vai passar

A marca do abuso é indelével e fica para  toda a vida.

Hoje, 18 de maio no Brasil é o Dia Nacional de combate ao abuso e a exploração sexual, um dos estigmas que maculam a nossa sociedade adoentada, por uma prática infame que é a violação da intimidade de pessoas indefesas e em grande número de casos, inocentes. Quem usa e abusa sexualmente de alguém, pode até contar vantagem, mas jamais deixará de ouvir os gritos de vergonha e de impotência de suas vítimas. Se a dor da vergonha de ser violado nunca passa, também a sensação de imundície e desumanidade de quem viola lhe acompanhará até o final dos seus dias; e a todo momento, o olhar de tristeza de quem foi violado lhe entra pela alma como um espinho  encravado que jamais lhe permitirá ter paz.

A marca do abuso é indelével e fica para  toda a vida. Não é a dor física que machuca, é a dor da vergonha, do asco, da impotência, que nunca passa. É o sentimento de ter sido um objeto nas mãos de um prepotente, que sem nenhum pudor, se achou no direito de fazer e desfazer de algo tão íntimo e tão pessoal, o corpo do outro.

Normalmente os abusadores são pessoas muito próximas, que eram de confiança do abusado. Essas pessoas são sórdidas, frias e infames, se aproveitam da inocência ou da confiança que se tem ao seu respeito e trai, desferindo um golpe mesmo que aparentemente cheio de afeto,  é tão ofensivo e tão violento, que tatua para sempre no corpo, no coração e na alma, uma ferida tão grande que nem o tempo e nem a distância podem apagar.

Neste dia de combate a esta atitude tão execrável, cabe-nos uma reflexão de como estamos cuidando dos nossos entes queridos. Como está a nossa atenção e o nosso cuidado principalmente aos nossos filhos. Estamos percebendo algo diferente? Criança normalmente não fica triste do nada. Quando uma criança ou um adolescente começam a ficar tristes e isolados, algum coisa ruim está acontecendo, e aqui cabe uma atenção especial e redobrada.

A luta é todo o dia. Esse dia de hoje é para a gente recobrar a lembrança de que não podemos baixar a guarda, quando o assunto é protegermos crianças e indefesos, vítimas preferidas da covardia e das doenças de abusadores inescrupulosos.

18 de maio não é uma data comemorativa! É um dia de combate, de luta, para que possamos erradicar essa prática tão odiosa, que rouba a inocência e não poucas vezes a esperança e a confiança de tantos inocentes.

ESSA LUTA É MINHA, É SUA, É NOSSA!