CNBB Regional Oeste 1 realiza sua 56ª Assembleia Geral do Povo de Deus
não existe celebração perfeita, ou anúncio verdadeiro se o resultado lá na ponta, não forem atitudes de uma caridade, que não assiste somente, mas que também transforma a realidade
Pastoral que não transforma não é pastoral
A CNBB, Regional Oeste 1, que compreende todo o Mato Grosso do Sul, realizou sua 56ª Assembleia Geral do Povo de Deus nos dias 13 e 14 de outubro, iluminada com a reflexão: Igreja e as Pastorais Sociais, assessorada pelo Frei Olavo Dotto, Assessor Nacional da CNBB para as Pastorais Sociais.
Uma pastoral que não transformadora, não é pastoral, mas uma pastoral que se diz social, que não seja de vanguarda, atuando nas fronteiras, gerando conflitos também não é social e menos ainda pastoral. Não é um trocadilho, é uma definição, não existe celebração perfeita, ou anúncio verdadeiro se o resultado lá na ponta, não forem atitudes de uma caridade, que não assiste somente, mas que também transforma a realidade.
A 56ª Assembleia, não foi um momento de revisão do ser e do fazer no Regional Oeste 1, mas foi também um grande momento celebrativo. Durante o evento, os participantes celebraram no Santuário Estadual do Perpétuo Socorro, uma missa jubilar, pelos 60 anos da Diocese de Dourados e da Arquidiocese de Campo Grande e os 40 anos das Dioceses de Coxim e Três Lagoas.
Outro fator, que marcou muito nesta edição, foi que pela primeira vez, numa grande roda de conversas, Bispos, Sacerdotes, Leigos e Leigas Religiosos e Seminaristas (Coordenadores de Organismos, Pastorais e Movimentos), dialogaram sobre a atual realidade da Igreja no Mato Grosso do Sul. Nas falas, se pôde perceber nitidamente, o impacto na reflexão do dia anterior, a partir das intervenções de cada agente:
- É preciso, que o Regional se reencontre com a sua identidade, porque aos poucos nós fomos perdendo a consciência de que esse espaço é um espaço teologal, ao qual fomos chamados como lideranças, para animar a fé das nossas comunidades na celebração, no anúncio e no serviço;
- O conflito é a prova inconteste de que a missão está acontecendo, não o conflito pelo conflito, mas o conflito pela busca de entendimento. Perdemos muito desta nossa capacidade de impactar pelas nossas ações, e com isso, perdemos também a força da profecia das nossas ações; fazemos muitas coisas, inclusive bonitas, mas por ausência de uma atitude mais profética, nossas ações que não são poucas estão sendo fragmentadas e acabam por não evangelizar de verdade;
- Nos ressentimos com a falta de atualização das estruturas de pensamento e de lideranças. Não estamos conseguindo utilizar corretamente o poder das mídias sociais, que hoje são ferramentas, que se impõem para uma ação mais eficaz e eficiente em todos os campos, e a Igreja é parte essencial desta realidade.

Um outro elemento a destacar, foi o novo jeito de programar as ações. Após tanto tempo falando sobre “pastoral de conjunto”, nesta assembleia foi dado um primeiro passo na direção deste processo eficiente de evangelizar. As pastorais não farão tudo sozinhas, cada uma no seu “quadrado”. Com a 56ª Assembleia, os projetos de evangelização serão todos realizados associados a outros projetos afins, o que vai promover um comprometimento muito maior de toda a Igreja que se põe a caminho, para se tornar cada vez mais identificada pelas suas ações como uma Igreja em saída.
Assim, para 2019 o Regional entra em uma nova fase, ou seja, enquanto se repensa, voltando-se para a recuperação das suas bases, vai também identificando as forças com as quais poderá contar.
O que se leva desta assembleia? Muita vontade de acertar o passo caminhando na mesma direção, não isolados, mas associados e unidos, para fazer acontecer. O ano 2019 será de mudanças na Presidência do Regional e junto a isso, as coordenações que das pastorais, que não fizeram essas mudanças recentemente deverão agilizar também a renovação das suas coordenações.
Sob a proteção de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, seguiremos em frente, com disposição de servir sempre e da melhor maneira a esta porção do Reino, que está aqui em Terras Pantaneiras.