Café Teológico define: “Igreja Tu és missão”

Em uma noite de estudo e reflexão, o auditório da Centro de Formação Pastoral da CNBB Regional Oeste 1, foi pequeno para acolher o grande número de participantes do CAFÉ TEOLÓGICO, promovido pelo Instituto de Teologia São João Paulo II (ITEO), organizado e conduzido pelo COMISE (Conselho Missionário de Seminaristas).

Na reta final do mês de outubro, mês missionário, os organizadores não poderiam ter escolhido um tema melhor que este: “IGREJA TU ÉS MISSÃO”, que foi tão bem abordado pelo Pe. Antônio Niemiec, Secretário das Pontifícias Obras Missionárias (POM). Para iluminar a reflexão o assessor trouxe a passagem do Evangelho de Mateus 28,19-20 “ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.

Segundo o Pe. Antônio, o conhecimento sozinho não salva ninguém. O conhecimento primeiramente é para que quem conhece viva melhor, por isso, que a gente estuda e participa de momentos como esse, o Café Teológico, complementa o assessor. É o que a pessoa faz com que conhece, que salva, é o que eu faço, é o que eu acredito. Segundo o mesmo, nós não fazemos ou temos uma missão, na verdade nós somos missão.

Ser missionário não é uma escolha, quem é cristão e vive o seu batismo, faz parte da sua essência ser missionário. Portanto, quem se diz cristão e só frequenta a missa, e faz apenas algumas ações missionárias, não é cristão.

Não é por acaso, que a primeira urgência da Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil (DGAE), é fazer da Igreja um estado permanente de missão. Quando a Igreja por meio do seu episcopado afirma em assembleia que esta é a primeira prioridade, só está dando visibilidade ao que é essencial no Cristianismo: anunciar e fazer discípulos. O discipulado se faz no seguimento, quem não segue, quem fica parado na zona de conforto, não é cristão, porque não segue o Cristo.

A palavra apóstolo, que é uma palavra grega, significa enviado. Ninguém se batiza para ficar parado, quem assume o compromisso do batismo, assume junto a missão, e não se pode ficar esperando que alguém o envie, é preciso que saímos, façamos o movimento de ir lá aonde haja necessidade de anunciar a boa nova do Reino. Quando assumo o seguimento de Jesus Cristo, revisto-me da sua identidade, e sua identidade é aquela de ser enviado do Pai. Ele sempre se apresentou não a si mesmo como mentor do projeto do reino, mas como aquele que foi enviado para realizar o projeto do seu Pai, e assim ele também fez um envio que chegou até nós.

Assim como Jesus, o verdadeiro missionário participa da vida de Deus, por que a missão é a participação da vida de Deus. Por isso, quanto mais uma pessoa se volta para Deus, mais ela se aproxima dos irmãos. E a missão é isso, ser irmão. Somente assim, a Igreja recupera sua identidade: SER MISSÃO! E para isso temos a voz entusiasmada da Igreja, na pessoa do Papa Francisco, que a cada palavra, a cada publicação sua, nos estimula a vivermos profundamente, a cultura do encontro, que se realiza numa atitude de saída, numa vida em permanente estado de missão.