58ª Assembleia Geral do Povo de Deus, um retorno em estilo sinodal

"evangelizar é graça e missão que se dá no encontro"

 Tudo aos poucos vai voltando, mas nada é mais como antes. Se de um lado as pessoas estão feridas, machucadas com as dores trazidas pela pandemia, por outro, elas vivem o verdadeiro ESPERANÇAR, buscando resgatar o que é a identidade da Igreja, a vivência SINODAL.

Em um clima de muita fraternidade, a CNBB Regional Oeste 1, reuniu as 07 dioceses, que a compõe para viver um grande momento. Após dois anos, se encontrando à distância, as Pastorais, os Movimentos e os Serviços do Regional puderam sentar-se com seus pares e com seus Bispos para refletirem sobre o caminho feito, principalmente nestes últimos dois anos.

A Assembleia foi toda voltada para o Sínodo, no qual está envolvida a Igreja. Desde a iluminação até a votação das propostas para 2023, tudo nasceu e voltou para o processo de escuta realizado no Regional. Pe. André Márcio Nogueira de Souza, do Clero da Diocese de Coxim e anunciado como o novo Secretário Executivo do Regional na mesma Assembleia, assessorou o momento de iluminação e trouxe à luz questões muito pertinentes levantadas das várias sínteses diocesanas. Pe. André na sua fala, provoca o Regional para que tenha coragem de trazer para sua missionária, a “revolução do Evangelho” e prossegue “é hora de escutar o Povo de Deus, para que se possa cumprir a Sua vontade”.

É chegado o momento de uma Igreja, que por ser sinodal e em saída, tenha também uma CIDADANIA ECLESIAL, não se pode mais se uma Igreja de alguns e para alguns. Ser sinodal, significa incluir.

A  própria Síntese Regional aponta as luzes e sombras, que rondam o jeito de como se evangeliza no Mato Grosso do Sul. Tem um grupo de “iluminados”, que forçam a maioria a gravitarem ao seu redor, e o resultado é de uma Igreja, onde entra domingo e sai domingo e os rostos nos bancos e nas filas da comunhão são sempre os mesmos, aqueles que se sentem “os escolhidos”, “os eleitos”. É chegada a hora da EVANGELIZAÇÃO no verdadeiro sentido da Palavra, porque evangelizar é graça e missão que se dá no encontro. Precisamos alargar o círculo de nossas orações, deixarmos os adornos e o bem-estar do templo e irmos às periferias, lá onde a vida do outro dói, onde o estômago ainda infantil clama por comida, onde as pessoas, que deram toda sua vida por outras vidas, sofrem o frio do inverno, mas também, a frieza do abandono.

Não haverá Sínodo sem reunião dos Filhos e da Filhas de Deus. Não é real a Igreja, que não sai de sua referencialidade e zona de um conforto, gerado numa bolha, para dar visibilidade aos invisíveis, lugar aos descartados, voz aos sem voz e vez aos sem vez.

De nada adiantam as belas alfaias, os ornamentos cintilantes, se no altar não está a vida dos irmãos e da irmãs deixados ao longo do nosso apressado caminho para chegarmos a um templo, que apesar de todas as pompas, revela-se indecoroso por não ter espaço para quem de verdade precisa de Deus.

Iluminada pelo processo sinodal, a Assembleia elegeu três prioridades, que nortearão as ações no novo ano, 2023:

1ª Assumir as JUVENTUDES e o SAV como prioridade pastoral. Como ação concreta: Missões juvenis/vocacionais nas dioceses, coroadas pela Jornada Regional das Juventudes na perspectiva da Animação Vocacional;

2ª Intensificar a dimensão da formação, do clero (desde os seminários e casas de formação) e das lideranças leigas, em parceria com as escolas teológicas, nas dimensões: humana, espiritual, pastoral (com ênfase na IVC), da comunicação, das estruturas de participação do laicato (CPP’s /CAEP’s), condizente com as nossas realidades eclesiais;

3ª – Fortalecer as pastorais sociotransformadoras (PILAR DA CARIDADE – DGAE) superando o assistencialismo e possibilitando a promoção da dignidade humana (com ênfase na inclusão das minorias – povos originários, mulheres e a população LGBTQIAP+).

“O que a memória amou, vira eternidade”, nosso sonho, é de que nossa ESPERANÇA SINODAL, seja o farol de um novo lumiar em nosso Regional.