Sacerdote, um Curador de Almas!

Pe Moacir Miguel dos Sandos Diocese de Naviraí

Esse título poderia parecer pretencioso se fosse escrito por um sacerdote, mas como não sou padre me sinto à vontade para escrever assim. Quando falo em curador de almas, estou falando da pessoa do sacerdote, que a gente está mais habituada em chamá-lo de padre, e é assim que o tratarei doravante. O padre não é um ser extraterrestre ou um ser celeste.  Ele, é um homem nascido em uma família comum como todas as famílias.

Padre Diego de Oliveira Mariano Diocese de Três Lagoas

O que há de diferente entre ele e os demais homens? Nada! é igual a todos os outros homens. Nasce, estuda, trabalha e chega um dia que precisa se decidir o que vai fazer da sua vida, coisa que todo jovem faz. Pondera tudo que se lhe apresenta, e entre todas a possibilidades, está também aquela do sacerdócio, e como todos os outros, ele escolhe e vai se preparar para isso. E aí começa um longo caminho de formação e de preparação, como qualquer outra escolha. O padre pode ter até outras profissões, muitos são médicos, advogados, jornalistas, psicólogos, inclusive alguns se aventuram até no mundo do show business, como cantores, apresentadores de televisão etc. Porém a essência da vida de um padre, é o seu ministério sacerdotal. E por que isso? Porque todas as outras profissões, qualquer homem pode fazer inclusive muito melhor que um padre, mas o sacerdócio é exclusivo. Somente o sacerdote, pode ser mediador no perdão dos pecados, ninguém mais, além do padre pode renovar a experiência da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, na celebração da Santa Missa, onde um simples pedaço de pão insosso, um gole de vinho e umas gotinhas de água se transformam em Eucaristia, o Corpo e o Sangue de Jesus vivo. Aquele mesmo Jesus, que um dia foi coroado de espinhos, foi pregado numa cruz, e após sua morte teve seu lado trespassado por uma espada.

Pe. Vander Casemiro Arquidiocese de Campo Grande
Pe. Ervane Benedito de Souza Diocese de Jardim

E quando falamos desta prerrogativa do padre, não importa quem ele seja, uma vez ordenado e em comunhão com a Igreja, ele impondo suas mãos puras ou não, por força das suas palavras o milagre da Eucaristia acontece.

Certamente alguém vai alegar, “ah, mas conheço padres que não deveriam nem sequer celebrar a missa”, aqui é que está a grandeza do sacerdócio. O  sacerdócio não é um dom pessoal, é uma graça especial dada por Deus, e Ele a dá a quem lhe  apraz. O sacerdócio não é uma invenção humana. Não é um status de poder. Se algum sacerdote se serve deste dom para se manter no topo, para obter algum benefício próprio ou sobressair socialmente, porque de outro modo não seria notado, isso é de sua inteira responsabilidade. Quando Deus chama um homem para ser padre, Ele o chama para que Lhe sirva incondicionalmente na pessoa de seus filhos. Olha só o que diz o autor da Carta aos Hebreus: “todo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza. Por isso, deve oferecer sacrifícios tanto pelos pecados do povo, como pelos seus próprios. Ninguém deve atribuir-se esta honra, senão o que foi chamado por Deus” (Hb 5,1-4)

Pe. Fábio Antunes Nascimento Diocese de Coxim

O padre é chamado para honrar a Deus, cuidando do seu rebanho com a ternura de um pastor, que cuida com todo carinho e atenção o seu rebanho. O padre, que se aventura pelos caminhos da burguesia, da fama pessoal e dos holofotes, foge completamente da sua missão e da sua vocação. Não são as vestes, as alfaias cintilantes, os barretes, que qualificam o sacerdócio, o que verdadeiramente identifica um grande sacerdote é coração misericordioso, a alma compassiva e acolhedora, que fazem do padre o CURADOR DE ALMAS.

O padre, assim como todos os profetas só tem um lado, o lado da vida.  e para defender vidas, ele é capaz de sacrificar a sua. Quando a vida do seu Povo, seu Rebanho está em jogo, ele se torna um Guerreiro destemido, capaz de pagar com o próprio sangue o preço da salvação. Ele como curador de almas feridas, não pode jamais abrir mão da dor dos pequenos e sofredores. Mesmo quando, for impossível a cura, sua presença se torna o bálsamo, que ameniza os sofrimentos dos filhos e filhas de Deus.

O padre curador de alma, como nós dissemos antes, é um homem. E muitas vezes ele também se sente ferido, machucado e sofredor, porém, pela sua grande missão e por ser o único que pode oferecer guarida ao pecador libertando-o das amarras do pecado e alimentando-o com o pão da vida, ele, mesmo com o seu coração sangrando, como o bom samaritano, com uma mão segura a sua dor, e com a outra, limpa, purifica e cura o coração do irmão machucado, caído, solitário e abandonado.

Pe. Alexsandro da Silva Lima Diocese de Dourados

O  primeiro domingo do mês de agosto é dedicado à vocação ao sacerdócio. Sempre dizemos quase com tom de lamento “que a messe é grande, e que os operários são poucos” e realmente o são. E entre estes poucos operários, estão jovens, senhores de meia idade e idosos, que doam suas únicas vidas a serviço da Igreja. São homens, que fiéis à sua vocação se dedicam a vida toda para a cura de almas feridas, todavia, nem sempre são acolhidos com amor, ou tratados com o carinho e o afeto que todo mundo merece. São filhos distantes de suas famílias, que noites após noites, vivem na solidão de suas casas paroquiais, em muitos casos, até esquecidos.

Quando ofendemos, ou desprezamos um destes curadores de almas, nos esquecemos, que magoamos não só a eles, mas abrimos feridas dolorosas nos corações de suas mães e de seus pais, machucamos juntamente com eles, uma família inteira.

Sempre nos emocionamos com as lágrimas de um sacerdote, que em momentos de algumas homenagens de seu povo choram, mas dificilmente nos interessamos saber, das muitas lágrimas, que eles derramam em suas dores na solidão de sua vocação.

Perdoamos mais facilmente os deslizes de algumas pessoas, mas dificilmente somos capazes de perdoar um padre, que cometeu um erro, o qual todo humano está sujeito.

Dom João Aparecido Bergamasco Bispo de Corumbá

Os padres em primeiro lugar deveriam ser aqueles, que precisam se cuidar, mas eles também precisam de cuidados. Eles são poucos, e nós somos muitos, para termos sempre a possibilidade de curarmos as nossas almas feridas, é importante que cada comunidade cuide do seu CURADOR. Se interesse por ele. Respeite a sua vocação. Seja sincera e honesta dizendo-lhe abertamente quando perceber que ele está se esgueirando para o perigo, se desviando da sua missão. Somos responsáveis pelos nossos Curadores, vamos ser gentis e curá-los sempre que percebemos que estão machucados.

Hoje nossa HOMENAGEM vai para cada SACERDOTE  do Regional Oeste 1. Esses CURADORES incansáveis, que em muitas situações se esquecem de si, de suas feridas, para curarem e salvarem os filhos e a filhas de Deus, que habitam nosso Mato Grosso do Sul. Quando falamos de sacerdotes, em primeiro estão os nossos 10 Bispos.

Parabéns Curadores de Almas! A Virgem do Perpétuo Socorro vos proteja sempre!

VIVA os nossos PADRES!